quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Lisboa festeja Antônio


 
 
 


 
            Fernando Elevado ao Quadrado

Desembarquei em Lisboa no dia de Santo Antônio - feriado em Portugal. Pelos subúrbios dançava-se a “roda” o que chamamos aqui de quadrilha. Muito colorido, música e comida típica associada aos vinhos locais. Da sacada do hotel pude observar o vai-e-vem frenético das pessoas à rua. Muita alegria no ar. É sempre uma grande satisfação respirar o ar lisboeta e principalmente comer suas sardinhas na brasa. Fui andando pelas ruas antigas antes visitadas-ainda a mesma emoção- o Bairro Alto - descendo ao Chiado num plano inclinado cheio de turistas barulhentos. A poucos passos dali fui dar a Casa Fernando Pessoa, um museu que é paragem obrigatória para aqueles cultuadores da língua portuguesa. Mergulhei aí nesse universo por muitas horas.

“A pátria é a língua portuguesa” - Assim ficou célebre a frase deste escritor português. A obra gigantesca de Fernando Pessoa foi traduzida em mais de trinta línguas pelo mundo. Na verdade a gente sempre descobre um algo mais toda vez que lemos os poemas do nosso agrado – “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

         No dia de Santo Antônio, 13 de junho de 1888, nascia Fernando Antônio Nogueira Pessoa, no bairro onde hoje tem a sua estátua, no Largo de São Carlos. Vida intensamente vivida, se bem que um tanto curta, pois veio a falecer em 1935 aos quarenta e sete anos de idade.

Fernando Pessoa e Fernando de Bulhões. O que têm eles em comum? Bem, ambos nasceram na cidade de Lisboa. Em épocas distintas. Sendo pessoas igualmente idolatradas pelos portugueses. O primeiro, conhecido e declamado poeta, e o segundo, cujo nome não bate na memória da gente, é o verdadeiro nome de Santo Antônio. Fernando de Bulhões, nome de batismo do santo franciscano, antes aluno do Seminário de Coimbra. Conta a história que viajando ao Marrocos sob uma tremenda tempestade a embarcação do religioso desviou-se a Pádua na Itália. Aí, nesta cidade, veio a falecer em 13 de junho de 1231. Um ano mais tarde veio a ser canonizado – Santo Antônio. Apesar de ter nascido em Lisboa não é entretanto o seu padroeiro mas sim São Vicente. Mas, a adoração popular é tão grande, que o santo é tratado como se assim o fosse.

Portugal é uma aventura e mexe com a nossa imaginação. Janelas medievais, roupas a secar nas sacadas, cortina rendada nos vitrais. A gente vê aí a grata presença dos casarões da nossa cidade do Salvador e suas luzes parecem se acender à nossa passagem. Estar em Portugal é estar em casa. Voltarei sempre, oportunamente.

Amália Grimaldi – Escritora e Artista Plástica  

 

 

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