segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Argumento fraco

 

Sigo o rastro de seus últimos passos

Procuro reaver a antiga crença no seu viço perecido

Ainda guardo comigo um pedaço da fé antiga

O poder do gesto e a pequena satisfação

Argumento fraco.

Que lei nos obrigaria ouvir canções de escárnio?

Nesse estreito labirinto marrano

Tentei achar uma saída

A perambular por esses vastos campos galegos

Estéril de grãos sensatos

Sei que os silos permanecerão vazios

Acabaram-se as certezas

De que tudo voltaria a ser como antes

Mas, a verdadeira face se revelaria

Cairia vencido a serviço da raça antiga

À pouca luz da manhã de fé

A Barca de Gil Vicente alcançaria

O tempestuoso mar de La Coruña.
 
(Amália Grimaldi - Meus poemas)

 

 

 

domingo, 13 de janeiro de 2013






O valor da forma

 Nesse vil espelho não me vejo
Face ao olhar do desejo primeiro
Ora somente extensão palpável
Dessa minha imaginação romântica
Superfície de um lago manso
Manipulável concretização
De que o distante poderia estar perto. Palpável
Reflexo mentiroso
Na superfície lisa de um espelho plano
De um frio banheiro de hotel barato
O valor da forma se configura
A serviço do tema.