quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

English Literature: Elizabethan Age

English Literature: Elizabethan Age: The publication of Spenser’s Shepherd Calendar in 1579 as marking the opening of the golden age of Elizabethan age.”—Hudson . The ...

sábado, 27 de junho de 2015


Eu vi a luz do subúrbio longe
Amalia Grimaldi

 

Colinas e ladeiras. Escarpadas e balaustradas.  Mirante oportuno. Visão que emancipa.  Fascinante baía azul!  Desvio de luzes. Sombras oportunas. Alegria de poucos. Privilégio de tantos outros. Oh, delícia perecível!  Ah, meus doces sorvetes de verão! O belvedere aqui é encosto de fé. Em estado de graça veem-se namorados ao amparo. E, o incerto por vir. Na dormência latente de meus arranhados cotovelos, sei que sou, apenas um dócil participante. Eu vejo tudo, imagino coisas;  o afoxé  ritmado dos Filhos de Ghandi, cortando caminho com a procissão do Senhor Morto, na estreiteza da Rua da Miseridórdia. Deliro no eventual conflito. Breve silogismo de amargura.

 Praça Tomé de Souza... Revoada de pombos... E a vista! A brisa do mar da baía azul é seguro conforto de horas quentes lavadas ao suor da fronde. O Elevador Lacerda, e a praça, e nas paredes descascadas, vejo quão elaborada é a escrita do tempo. O palácio resiste na lembrança de antigos faustos. Musgos e samambaias, no culto da melancolia, escrevem o breviário dessa temporal composição. A cidade cresce. Transborda em suas bordas suburbanas. Edema de suas muitas patologias incuráveis, nem o sincretismo religioso parece ser suficiente antídoto. Ruas apertadas. Tráfego lento, emperrado. Construções por todo lado. A cidade cresce. Vejo-a rasgar-se aqui e acolá. Na tragicidade conivente do desigual, o bem e o mal, a vida e o fardo, essa eterna culpa, que no delírio do conflito nos levam ao dedilhado contido, estado de degradação indisfarçável; histerismo libertador. Benza Deus!

Quitandas e vendas, vendedores e passantes. Atadas vassouras; almas desfiguradas. Becos e vielas, socavãos impenetráveis.Vago tédio de minhas tardes quentes. Ah, lá está o mar, catarse de meus dias lilases. Fascinante baía azul, de todos e um pouco minha. Divido-a com todos os santos. Passo, volto e recuo. Junto ciscos n’alma. Retorno ao berço da narrativa intrínseca. Juntar-me-ei ao canto de outras vozes. Canção desse meu tempo, oração desencontrada.

 

Crônica anunciada

Amalia Grimaldi
 

 

Por muitos anos guardei livros e revistas. Cartas, vidros de perfume, conchas e pedras. Resquícios de sentidos essenciais, cuja cognição, não queria perder no tempo. Traçando linhas de sobrevivência através de elos emocionais entre a distante “Terra Australis”que um dia me acolheu como legítima cidadã e a emocional “Terra Brasilis”em cujo útero fui gerada.

No entao tranquilo Taquary, enseada do paradisíaco vilarejo de pescadores, o cobiçado Guaibim, na azul costa sul da Bahia, vivia um tanto recolhida no interior da minha concha, e confesso que me perdi um pouco na história do tempo presente. À sombra de coqueiros que plantei nesse meu pedaço à beira do mar, eis que de repente passaram-se doze anos. E assim, entre devaneios marinhos e fantasias sedutoras, não percebi os sinais e de que a hora de voltar estaria chegando. Pois é, meus amigos leitores, estou de volta à minha segunda pátria – Austrália! De repente, o que guardado foi, vínculo de um passado estimado, começou a se desbotar, e foi perdendo a importância pragmática ante a urgência do momento rumo a um tempo de acontecimentos inexoráveis, que então chegou: “Vende-se esta casa, o carro e o cachorro...”

Limoeiros em flor... Antúrios vermelhos... As plantas no pátio... Ah, e as vacas desbotadas! quanto a vista do mar,  o cachorro entao, ficou nessa paisagem, apenas parte de uma agonia transicional. Oliver ora descansa sob o pé da acácia e que desde então botou flores como nunca antes. Já Argus, também um Pastor Belga (meu segundo cão), ficou sob os cuidados do belo Ivan, “o rapaz do cavalo”aí no Guaibim.  

Despojamento doloroso. Desço ao vazio niilístico do meu ser. O futuro foi chegando, já mergulhava nas águas turvas e profundas dos medos e da ansiedade. Enfim, ancoragem justificadora: juntar-me-ia ao pedaço distante da minha família - filha, genro e netas. E aqui estou. Família crescendo, logo chegará o terceiro neto.

A viagem, e o bom-destino. Sinal de ordenamento. Libélulas em suas asas transparentes predizem insurgências. Mimetizando desejos escondidos chegou o tempo dos ventos, e com este inesperados pensamentos. Impulsos utópicos: já via passar o branco alazão e seu cavaleiro romano levando a galope a jovem bailarina em seu tutu rosado. Chegou o tempo da partida. Mudança de rumos, transcendência de conflitos. De repente, as pedras do caminho se desnudaram de seus limos.

Silêncios quebrados são vozes na região da noite. Confiscam a autonomia de meus pensamentos. Fixar, ou definir? O tempo é imutável.

A casa e a varanda, o mar e os coqueiros, e nessa paisagem o negro cão: universo compartilhado. E, no verde musgo que aí vingou forte,

samambaias ao aceno. Morrem as sombras de tardes distantes, mas a parede dessa casa, morna, ainda vive em mim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Fluid tension of modern fiction






Photo composition A. Grimaldi 2012
                                     


"Fluid tension of modern fiction Tied up drawers, corners and alcoves, return to the bin what is governed by the ‘rule of law’, the whole mess visible that irritates, and all the things that annoy; pinned my soul.

There will be a day when I pretend cleaning shelves and just dust off the postponed powder, useless at that moment.  How about clothes that we don't wear anymore?

Old shoe? If doesn’t fit on my foot is because no more follows the footsteps of its moment. Isn't that right? So, in that way, I must order my thoughts. But, in this arrangement comes a creeping doubt: ` I always find a little thing or another, `That thing might will serve in the future`. "I wonder if I will still use"?! But in fact, deep down the soul, I know that satisfaction from the past no longer will serve into the present.
 
Timely cleanup Saturdays, those, I return to the misunderstanding of this modern fiction… The drawer is me, the movable color of the season. Sometimes, lost in the bin of many brackets, I find myself hermit, pensively in distant cave. I recognize my echo in the clutter of many belongings, which were useful to me one day…”
 
Melbourne, 2015
 
Amalia Grimaldi